Nesta sessão apresentamos o documentário de Isa Grinspum sobre seu “tio Carlos” – o Marighella – uma das figuras mais emblemáticas do engajamento contra as forças militares que tomaram o poder na base do golpe e instalaram sua cruel ditadura em nosso país. A narrativa busca construir um retrato falado do guerrilheiro e, ao mesmo tempo, desconstrói alguns mitos para trazer seu aspecto simplório e humano.
Nas palavras de Carla Charl (viúva dele), foi poeta, rebelde, brincalhão, duro, coerente.
Para Apolônio Carvalho (antigo oficial do exercito, um dos fundadores do partido comunista no Brasil), além de um dirigente político muito querido por todos os quadros de militantes de sua época, foi ao mesmo tempo um estudante e um poeta que fazia suas provas escritas e exames em versos.
Nas palavras do jornalista Noé Gertel, um homem que sabia viver com companheirismo, que sabia conviver politicamente.
Para sua irmã, Tereza Marighella, foi um jovem levado que se mostrava rebelde desde cedo.
Nas palavras dos companheiros de luta, um brilhante e aguerrido combatente com ar galante, gestos e gostpo os simples, alguém com que transmitia entusiasmo e disciplina, militante aberto a críticas e autocríticas.
Para alguns trazia a força sintetizada da revolta histórica do povo sofrido. Brasileiro lutador e apaixonado, um cara que não teve tempo para ter medo.
Em suas próprias palavras, apenas um mulato baiano.
Entre tantos registros de sua história, destaca-se que estudou engenharia sem concluir o curso, passou pelo serviço militar, forjou-se rebelde entrando para o partido comunista, foi preso por mais de sete anos e barbaramente torturado pela polícia do Estado Novo, resistiu, foi eleito deputado federal constituinte sendo um dos mais ativos parlamentares, utilizou o parlamento como trincheira de debates ao lutar por uma carta constitucional que cumprisse sua finalidade de soberania popular, em flagrante violação da legalidade foi expulso do parlamento com outros membros do partido, passando a lutar na clandestinidade. No mandato de J.K. voltou a militância política.
O golpe de 64 instalou-se no Brasil com a marca da maldade. Marighella resiste a prisão no Rio de Janeiro e leva um tiro no peito. Ao ser posto em liberdade, visita os jornais para denunciar a violência e escreve o livro “Porque resisti à prisão” – pregando o combate à ditadura. Entre o resistir e o conformar para ele o conformismo significava a morte.
Orquestrou ações táticas pela ALN - Aliança de Libertação Nacional, articulação com os padres dominicanos, manifestos, sequestro de embaixador.
Na visão dos golpistas, o inimigo número um da ditadura militar, sendo assassinado numa emboscada em no dia 4 de novembro de 1969.
Mil Faces de Um Homem Leal (Racionais Mcs)
Da Bahia, São Paulo, Salvador, Brasil/Capoeira mata um mata mil, porque/Me fez hábil como um cão/Sábio como um monge
Antirreflexo de longe/Homem complexo sim
Confesso queria/Ver Davi matar Golias
Nos trevos e cancelas/Becos e vielas
Guetos e favelas/Quero ver você trocar de igual
Subir os degraus, precipício/Ê vida difícil, ô povo feliz
“Não foi possível discernir entre o real e o imaginário. Uma alucinação suscitada por minha mente atordoada? Antes que pudesse distinguir o que havia de realidade ou projeção fantasiosa, Ivo e eu escutamos a saraivada de balas. Não vi o Marighella tombar. Esperei que ali se desse também o nosso fim. Meu corpo, teso, aguardou o impacto de um projétil. Logo as portas foram abertas e, nós, retirados do veículo. No meio da rua, um grupo de pessoas mirava o chão – estirado, jazia o corpo de Marighella.” (Diário de Fernando – Frei Betto)
O Guerrilheiro Urbano é um homem que luta contra uma ditadura militar com armas, utilizando métodos não convencionais. Um revolucionário político é um patriota ardente. Ele é um lutador pela libertação do seu país, um amigo de sua gente e da liberdade.
MANUAL DO GUERRILHEIRO URBANO
Leonardo Sampaio é Psicanalista, membro do Cine Molotov
Nas palavras de Carla Charl (viúva dele), foi poeta, rebelde, brincalhão, duro, coerente.
Para Apolônio Carvalho (antigo oficial do exercito, um dos fundadores do partido comunista no Brasil), além de um dirigente político muito querido por todos os quadros de militantes de sua época, foi ao mesmo tempo um estudante e um poeta que fazia suas provas escritas e exames em versos.
Nas palavras do jornalista Noé Gertel, um homem que sabia viver com companheirismo, que sabia conviver politicamente.
Para sua irmã, Tereza Marighella, foi um jovem levado que se mostrava rebelde desde cedo.
Nas palavras dos companheiros de luta, um brilhante e aguerrido combatente com ar galante, gestos e gostpo os simples, alguém com que transmitia entusiasmo e disciplina, militante aberto a críticas e autocríticas.
Para alguns trazia a força sintetizada da revolta histórica do povo sofrido. Brasileiro lutador e apaixonado, um cara que não teve tempo para ter medo.
Em suas próprias palavras, apenas um mulato baiano.
Entre tantos registros de sua história, destaca-se que estudou engenharia sem concluir o curso, passou pelo serviço militar, forjou-se rebelde entrando para o partido comunista, foi preso por mais de sete anos e barbaramente torturado pela polícia do Estado Novo, resistiu, foi eleito deputado federal constituinte sendo um dos mais ativos parlamentares, utilizou o parlamento como trincheira de debates ao lutar por uma carta constitucional que cumprisse sua finalidade de soberania popular, em flagrante violação da legalidade foi expulso do parlamento com outros membros do partido, passando a lutar na clandestinidade. No mandato de J.K. voltou a militância política.
O golpe de 64 instalou-se no Brasil com a marca da maldade. Marighella resiste a prisão no Rio de Janeiro e leva um tiro no peito. Ao ser posto em liberdade, visita os jornais para denunciar a violência e escreve o livro “Porque resisti à prisão” – pregando o combate à ditadura. Entre o resistir e o conformar para ele o conformismo significava a morte.
Orquestrou ações táticas pela ALN - Aliança de Libertação Nacional, articulação com os padres dominicanos, manifestos, sequestro de embaixador.
Na visão dos golpistas, o inimigo número um da ditadura militar, sendo assassinado numa emboscada em no dia 4 de novembro de 1969.
Mil Faces de Um Homem Leal (Racionais Mcs)
Da Bahia, São Paulo, Salvador, Brasil/Capoeira mata um mata mil, porque/Me fez hábil como um cão/Sábio como um monge
Antirreflexo de longe/Homem complexo sim
Confesso queria/Ver Davi matar Golias
Nos trevos e cancelas/Becos e vielas
Guetos e favelas/Quero ver você trocar de igual
Subir os degraus, precipício/Ê vida difícil, ô povo feliz
“Não foi possível discernir entre o real e o imaginário. Uma alucinação suscitada por minha mente atordoada? Antes que pudesse distinguir o que havia de realidade ou projeção fantasiosa, Ivo e eu escutamos a saraivada de balas. Não vi o Marighella tombar. Esperei que ali se desse também o nosso fim. Meu corpo, teso, aguardou o impacto de um projétil. Logo as portas foram abertas e, nós, retirados do veículo. No meio da rua, um grupo de pessoas mirava o chão – estirado, jazia o corpo de Marighella.” (Diário de Fernando – Frei Betto)
O Guerrilheiro Urbano é um homem que luta contra uma ditadura militar com armas, utilizando métodos não convencionais. Um revolucionário político é um patriota ardente. Ele é um lutador pela libertação do seu país, um amigo de sua gente e da liberdade.
MANUAL DO GUERRILHEIRO URBANO
Leonardo Sampaio é Psicanalista, membro do Cine Molotov
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