No dia 07 de Agosto de 2009 fizemos no Bosque das Letras da UFC uma chamada pública para o Manifesto Molotov Arte Multimídia, colocando o Cine Molotov a disposição do público para a livre apropriação das suas atividades, resumindo em três frases a intenção do manifesto:
TODA TECNOLOGIA É LIVRE
TODA ARTE É PÚBLICA
TODOS SOMOS PÚBLICO.
Exibindo em seguida os mesmos filmes do dia 03 de Julho, além do documentário Depoimentos Cineclubistas de Calebe Pimentel.Durante os meses de Setembro e Outubro de 2009 não realizamos sessões, pois os integrantes do grupo Molotov Arte Multimídia se concentraram em formações em audiovisual e em outras mídias, além da participação ativa dos seus componentes na criação de outros cineclubes, como o Cine Serviluz, cineclube que exibiu a cada sábado dos meses citados acima filmes de realizadores do bairro, em quatro locais diferentes onde há uma fronteira virtual de violência criada pelos jovens do bairro Serviluz, também fomentamos o Cine Sabi na comunidade espontânea da Sabiaguaba criada pelo fotógrafo José Albano, e do Cine Taíba criado no Conselho Comunitário da Praia da Taíba. De todos os cineclubes citados apenas o Cine Serviluz continuou com as sessões, sendo hoje um Cine contemplado com o edital municipal do Cine Mais Cultura.
Passados dois meses o Cine Molotov retorna às atividades agora integrando o grupo Artivismo Em Rede, projeto que reúne mais seis cineclubes de Fortaleza oriundos do projeto Pontos de Corte, incubados pela a ONG Ceará Em Foco Antenas e Raízes situada no Benfica, e com o apoio inicial dos equipamentos da Vila das Artes. Pensando em realizar as sessões sempre nas primeiras sextas-feiras de cada mês, o Cine Molotov passa a integrar o projeto Sexta Básica da ONG, onde na sessão do dia 06 de Novembro de 2009 exibiu filmes dos realizadores Camilo Ximenes da Vegetal Filmes e de Alex Fedox da Molotov Arte Multimídia, após os filmes seguiu-se o tradicional debate sobre os filmes, reforçando novamente a intenção do cineclube em exibir filmes de realizadores cearenses. A partir dessa sessão os realizadores passaram a atuar também como dj's e vj's após os debates, fato que ficou predominante nas sessões posteriores, o público presente foi por volta de 40 pessoas.
Abril foi a vez do antropólogo e cineasta Philipi Bandeira exibir seu belo documentário sobre os índios Tremembé de Almofala do Ceará, intitulado Espelho Nativo, contemplado no edital DocTv 2009, o filme fez o público se emocionar com a beleza de sua fotografia e com a sensibilidade de sua narrativa. Após o filme o debate se estendeu mais do que o normal e rendeu vários questionamentos sobre o nosso papel diante da ancestralidade, dos ritos urbanos atuais e as condições dos índios cearenses na atualidade. Na sequência o grande músico e compositor popular Babi Guedes tocou algumas de suas composições fazendo a festa na ONG.
Em Maio foi a vez do Cine Molotov homenagear a música brasileira exibindo Programa Música de Invenção, da maior distribuidora de filmes brasileiros Programadora Brasil que bonifica todos os cineclubes da ação Cine Mais Cultura com 12 programas trimestralmente, os filmes foram: A Estória de Clara Crocodilo de Cristina Santeiro, Mutantes de Antonio Carlos da Fontoura, Pretinho Babylon de Cavi Borges e Emílio Domingos, Tim Maia de Flávio R. Tambellini, Tira o Óculos e Recolhe o Homem de André Luiz Sampaio e Walter Franco, Muito Tudo de Bel Bechara e Sandro Serpa. A sessão foi no dia 07 e contou com um público aproximado de 40 pessoas.
O dia 11 de Junho foi de estreia no Cine Molotov, exibindo o curta Morpheu de André Moura, que inicialmente exibiu o curta Por Uma Dose De Amor e o vídeo-clipe Prostituta Adolescente da Banda Kohbaia, ambos de sua autoria. Com um público aproximado de 60 pessoas essa foi a sessão de maior público do cineclube, após os filmes e de um breve comentário dos realizadores e atores presentes, o clima festivo pegou fogo com as intervenções sonoras de Jonnata Doll, Alê Ruoso e Felipe Martins.
O dia 02 de Julho as mulheres voltaram a ocupar o Cine Molotov, agora com as 6 meninas do Coletivo P.A.R.E. (Provocação Artísticas Ritual Experimental), para o fechamento do trabalho denominado Escape, uma trilogia que perpassa os temas do consumismo, da banalização da nudez, da fragilidade sexual, dentre outros. Com 3 ambientações de instalação-performances, as meninas se dividirão em duas por ambiente, preparado com temáticas que representavam a mulher emplastificada, a mulher marcada e a mulher codificada, com 3 projeções distribuídas pela ONG e com a ambientação sonora de David Da Paz, todas se encontraram no patio central juntando cada performance em uma. Foi uma noite muito especial e diferentes de todas as outras, o público presente ficou por volta de 50 pessoas.
Agosto de 2010 seria o mês da grande comemoração do primeiro aniversário do Cine Molotov, que aos poucos já estava sendo incorporado ao calendário cultural de várias pessoas na cidade, se não fosse pela crise administrativa que levou ao fechamento da ONG Ceará Em Foco. A sessão que estava programada para o dia 06 e teve que ser adiada para o dia 13, e transferida de última hora para o Bosque das Letras da UFC, onde o cineclube começou. Mesmo levando telão, caixa de som e computador em uma bicicleta, equipamentos esses emprestados pela Vila das Artes, o público fiel do Cine Molotov compareceu e comemoramos nosso aniversário com a exibição de vídeos baixados da internet, que levou os presentes a dar boas risadas, e dos vídeo-artes: Lua Oriental de José Roberto Aguilar, Heróis da Decadência de Tadeu Jungle, O Beijoqueiro, Retrato De Um Serial Kisser de Carlos Nader, Vídeocabines São Caixas Pretas de Sandra Kogut, Ali é Um Lugar Que Não Conheço de Lucas Bambozzi e Com o Oceano Inteiro Para Nadar de Karen Harley, todos esses integrantes do programa Vídeoarítstas da Programadora Brasil. O público oscilou entre 30 e 40 pessoas.
Em Setembro, ainda sem lugar fixo, resistimos à crise e realizamos a sessão no dia 03 na ocupação urbana Squatt Toren, uma antiga fábrica de carnaúbas abandonada em pleno Bairro de Fátima, onde jovens punks transformaram em um espaço cultural e ambiental. Mesmo com uma placa de energia solar, não foi possível alimentar os equipamentos por não haver um inversor de energia de bateria de carro para energia alternada, mas contamos com o apoio do Seu Rômulo, vizinho que gentilmente cedeu a energia de sua casa a 40 metros de distância e da Vila das Artes com o empréstimo de uma caixa de som de duas extensões, para realizarmos a sessão. Exibimos os filmes A Força do Toré de Joceny Pinheiro, Barulho Bom, e Semeando o Toren, de Alex Fedox, Ziane, Flávio e Danny. O público da casa era de 14 pessoas, com mais alguns vizinhos, convidados e transeuntes somavam umas 15 pessoas, totalizando 29 pessoas na sessão, rendendo um debate bem intenso e descontraído com direito a fogueira, violão e percussão.
No dia 30 de Outubro retornamos ao Squatt Toren para exibir o documentário Terra Deu Terra Come, no qual o realizador Rodrigo Siqueira em parceria com o Cine Mais Cultura, disponibilizou uma cópia para todos os Cines do país exibirem o durante o mês de Outubro. E mais uma vez contamos com o apoio da Vila das Artes e do vizinho Seu Rômulo, que dessa vez já trouxe sua cadeira, além da energia emprestou também o aparelho de DVD. O filme puxou um debate bastante diversificado sobre cultura popular brasileira, ritos africanos, ancestralidade, dentre outros temas. O público ficou por volta de 25 pessoas.
Em novembro pensávamos em parar com as atividades do cineclube devido às dificuldades financeiras do grupo, mas surgiu a proposta de experimentarmos uma parceria com a Casa Alpendre na Praia de Iracema, um espaço de grande importância para o cenário do audiovisual, das artes visuais e da dança contemporânea de Fortaleza. Parceria essa que foi bastante produtiva, exibimos os curtas: Ver Ouvir de Antonio Carlos da Fontoura, Paraíso, Juarez de Thomaz Farkas, Mondego de Christian Caselli e Spray Jet de Ana Maria Magalhães, filmes esses que compõem o programa Caleidoscópio das Artes da Programadora Brasil. Na sequência o mestre em artes visuais Enrico Rocha puxou um debate muito rico sobre os filmes e a importância do artista Leonilson para as artes visuais no Ceará.
Ainda em Novembro foi realizada a sessão do Cine Gastrô com o filme O Homem Que Virou Suco de João Batista de Andrade e a sessão do Cinema e Revolução com o longa Viva Zapata de Elia Kazan. Esse mês foi a retomada das atividades do grupo Artivismo Em Rede com o intúito de articular o movimento cineclubista cearense que já está passando da hora de se organizar e se articular em rede.
Em Dezembro fomos contemplados com o VIII Edital Prêmio Ceará de Cinema e Vídeo da SECULT, na categoria de manutenção de cineclubes e já no dia 02 fizemos a primeira sessão do planejamento com o filme Paixão Popular, um curta em vídeo, do diretor Zé da Lua, com 18 minutos, que reproduz a cena da Via Sacra de Jesus Cristo pelos pontos turísticos de Fortaleza, como a Igreja da Sé, Teatro São José, Dragão do Mar dentre outros, o público ficou em torno de 15 pessoas, na seqüência fizemos um coquetel onde o debate se desenrolou de forma espontânea em rodas de conversas.
Parabéns pelo trabalho Alex. abração e espero poder participar um dia!
ResponderExcluirvaleu!