quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Cine Molotov exibe SETENTA dia 26 de Novembro no Aparelho da Associação 64/68 Anistia

Na penúltima sessão do projeto Cine Molotov Na Trajetória dos 50 Anos do Golpe Militar, exibiremos o premiado documentário SETENTA da diretora Emilia Silveira, tendo como debatedora convidada a militante política do grupo Crítica Radical Rosa Fonseca.

A exibição inédita no Ceará será no Aparelho da Associação 64/68 Anistia dia 26 de novembro às 18h30, aberto ao público.

1970. O Brasil viveu o ápice de uma ditadura militar que durou 20 anos. Perseguições, prisões, mortes, sequestros. O filme Setenta vai reencontrar 18 personagens desta história, quarenta anos depois. O filme mistura a emoção de revisitar o passado com uma visão, às vezes, até bem humorada de tudo que viveram. Muitos anos se passaram e agora trazem o relato de quem conheceu a dor e a violência, sobreviveu, construiu sua própria história e continua acreditando que é possível melhorar o mundo.

Confira o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=3xcLk31n6C8

Serviço:
Cine Molotov exibe SETENTA
Documentário, 96 minutos, de Emilia Silveira, 2014.
Dia 26 de Novembro de 2015 [quinta-feira]
No Aparelho da Associação 64/68 Anistia
Rua Instituto do Ceará, 164, Benfica, Fortaleza/CE
Aberto ao Público

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Resenha sobre o filme MARIGHELLA por Leonardo Sampaio

Nesta sessão apresentamos o documentário de Isa Grinspum sobre seu “tio Carlos” – o Marighella – uma das figuras mais emblemáticas do engajamento contra as forças militares que tomaram o poder na base do golpe e instalaram sua cruel ditadura em nosso país. A narrativa busca construir um retrato falado do guerrilheiro e, ao mesmo tempo, desconstrói alguns mitos para trazer seu aspecto simplório e humano.
Nas palavras de Carla Charl (viúva dele), foi poeta, rebelde, brincalhão, duro, coerente. 

Para Apolônio Carvalho (antigo oficial do exercito, um dos fundadores do partido comunista no Brasil), além de um dirigente político muito querido por todos os quadros de militantes de sua época, foi ao mesmo tempo um estudante e um poeta que fazia suas provas escritas e exames em versos. 
Nas palavras do jornalista Noé Gertel, um homem que sabia viver com companheirismo, que sabia conviver politicamente.
Para sua irmã, Tereza Marighella, foi um jovem levado que se mostrava rebelde desde cedo. 
Nas palavras dos companheiros de luta, um brilhante e aguerrido combatente com ar galante, gestos e gostpo os simples, alguém com que transmitia entusiasmo e disciplina, militante aberto a críticas e autocríticas. 
Para alguns trazia a força sintetizada da revolta histórica do povo sofrido. Brasileiro lutador e apaixonado, um cara que não teve tempo para ter medo. 
Em suas próprias palavras, apenas um mulato baiano.
Entre tantos registros de sua história, destaca-se que estudou engenharia sem concluir o curso, passou pelo serviço militar, forjou-se rebelde entrando para o partido comunista, foi preso por mais de sete anos e barbaramente torturado pela polícia do Estado Novo, resistiu, foi eleito deputado federal constituinte sendo um dos mais ativos parlamentares, utilizou o parlamento como trincheira de debates ao lutar por uma carta constitucional que cumprisse sua finalidade de soberania popular, em flagrante violação da legalidade foi expulso do parlamento com outros membros do partido, passando a lutar na clandestinidade. No mandato de J.K. voltou a militância política.

O golpe de 64 instalou-se no Brasil com a marca da maldade. Marighella resiste a prisão no Rio de Janeiro e leva um tiro no peito. Ao ser posto em liberdade, visita os jornais para denunciar a violência e escreve o livro “Porque resisti à prisão” – pregando o combate à ditadura. Entre o resistir e o conformar para ele o conformismo significava a morte.

Orquestrou ações táticas pela ALN - Aliança de Libertação Nacional, articulação com os padres dominicanos, manifestos, sequestro de embaixador.

Na visão dos golpistas, o inimigo número um da ditadura militar, sendo assassinado numa emboscada em no dia 4 de novembro de 1969.

Mil Faces de Um Homem Leal (Racionais Mcs)
Da Bahia, São Paulo, Salvador, Brasil/Capoeira mata um mata mil, porque/Me fez hábil como um cão/Sábio como um monge
Antirreflexo de longe/Homem complexo sim
Confesso queria/Ver Davi matar Golias
Nos trevos e cancelas/Becos e vielas
Guetos e favelas/Quero ver você trocar de igual
Subir os degraus, precipício/Ê vida difícil, ô povo feliz

“Não foi possível discernir entre o real e o imaginário. Uma alucinação suscitada por minha mente atordoada? Antes que pudesse distinguir o que havia de realidade ou projeção fantasiosa, Ivo e eu escutamos a saraivada de balas. Não vi o Marighella tombar. Esperei que ali se desse também o nosso fim. Meu corpo, teso, aguardou o impacto de um projétil. Logo as portas foram abertas e, nós, retirados do veículo. No meio da rua, um grupo de pessoas mirava o chão – estirado, jazia o corpo de Marighella.” (Diário de Fernando – Frei Betto)

O Guerrilheiro Urbano é um homem que luta contra uma ditadura militar com armas, utilizando métodos não convencionais. Um revolucionário político é um patriota ardente. Ele é um lutador pela libertação do seu país, um amigo de sua gente e da liberdade.
MANUAL DO GUERRILHEIRO URBANO

Leonardo Sampaio é Psicanalista, membro do Cine Molotov

domingo, 8 de novembro de 2015

Cine Molotov exibe ADVOGADOS CONTRA A DITADURA

O Cine Molotov em novembro dar continuidade ao projeto Na Trajetória dos 50 Anos do Golpe Militar, contemplado pelo XI Edital Ceará de Cinema e Vídeo, exibindo dia 12 de novembro [quinta-feira] o documentário ADVOGADOS CONTRA A DITADURA, Por Uma Questão de Justiça, do diretor Silvio Tendler, na sede da Associação 64/68 Anistia às 18h30 aberto ao público...

O filme traz uma série de entrevistas com advogados e ex-presos políticos que foram perseguidos pela ditadura militar brasileira, trazendo a tona memórias dos tribunais do golpe, mostrando com foi dura a luta contra as imposições do autoritarismo e da repressão, onde esses profissionais sofreram os mais diversos tipos de ameaças e restrições.

Para debater o filme teremos a participação da advogada e integrante do Coletivo Aparecidos Políticos Stella Maris Nogueira.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=J-lcMuujOj4

Serviço:
Cine Molotov exibe ADVOGADOS CONTRA A DITADURA, Por Uma Questão de Justiça. Documentário, Silvio Tendler, 130 minutos.
Dia 12 de Novembro de 2015 [quinta]
Na Sede da Associação 64/68 Anistia
Rua Instituto do Ceará, 164, Benfica, Fortaleza-Ce
Debatedora convidada: Stella Maris Nogueira
Aberto ao Público


Fotos da sessão do filme MARIGHELLA