sábado, 26 de setembro de 2015
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Cine Molotov exibe BARRA 68 dia 24 de Setembro de 2015 no Aparelho da Associação 64/68 Anistia
Documentário sobre a história da Unb, Universidade de Brasília, e os efeitos da ditadura militar sobre a instituição. No início dos anos 60, Darcy Ribeiro lutou para criar e implantar uma universidade autônoma que fosse o grande centro aglutinador da consciência crítica nacional. Mas a ditadura trouxe repetidas agressões, como a invasão das forças armadas, com alunos sendo detidos numa quadra de esportes do campus, professor demitidos e acusados de "subversão".
A idéia do documentário surgiu a partir de um material sobre a invasão da UnB, rodado por Hermano Penna, então aluno da universidade. Foi feita então uma entrevista com Darcy Ribeiro, pouco antes de sua morte e, posteriormente, depoimentos com gente que viveu aquela época, professores e alunos, hoje senhores e senhoras na faixa dos 50 anos.
Serviço:
Cine Molotov exibe BARRA 68 SEM PERDER A TERNURA
Direção: Vladimir de Carvalho, documentário, 80 minutos, 2001
Debate com Augusto Azevedo
Dia 24 de Setembro de 2015 às 18h30
Na sede da Associação 64/68 Anistia
Rua Instituto do Ceará, 164, Benfica, Fortaleza/Ce
Aberto ao Público
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Resenha sobre o filme ARAGUAIA: CAMPO SAGRADO por Leo Sampaio
Podemos situar historicamente a Guerrilha do Araguaia no período mais conflituoso da ditadura militar brasileira. Entre o final dos anos sessenta e a primeira metade da década de 70, militantes políticos resolveram partir para a luta armada a fim de enfrentar as forças do exército defensor do regime ditatorial e promover a instalação da revolução socialista, partindo de um levante popular camponês.
Às margens do Rio Araguaia, este episódio contou com a efetiva participação dos membros do partido comunista do Brasil, que optou – diante da forte repressão ocorrida nas cidades – por privilegiar como tática a principal guerrilha brasileira no campo. Contando inicialmente com 70 guerrilheiros, conquistaram uma abrangência territorial de sete mil quilômetros quadrados e chegando a formar três destacamentos.
O povo da floresta solidarizou-se com os guerrilheiros. Mas não se tratava de uma solidariedade revolucionária nem evitou o aniquilamento da guerrilha. O Exército, a Aeronáutica e as polícias federal e estaduais, ajudados pelos capangas das multinacionais e dos latifundiários, “aprenderam” a lutar.
Para combater a Guerrilha do Araguaia, o exército fez três campanhas, entre abril de 1972 e janeiro de 1973, empregando certa de dez mil homens. O número de soldados, o pesado armamento envolvido e a duração do conflito levaram muitos a pensar que se tratava de uma guerra civil no Pará.
As tropas federais não pouparam sequer os índios. Os suruís tiveram a sua aldeia “desmontada” e cortada por uma estrada para tráfego dos veículos militares; muitos deles foram forçados a servir de “guias” na selva.
Apesar dos grandes esforços de resgate da memória daquela época, ainda existem muitas questões que permanecem desconhecidas por boa parte da população. Nós do Cine Molotov tratamos de contribuir neste sentido, trazendo ao público o vídeo-documentário Araguaia: campo sagrado, filme do realizador Evandro Medeiros que aborda a perspectiva de pessoas simples que presenciaram a repressão e nos proporcionam pelo menos uma ideia deste obscurecido passado para que possamos refletir criticamente a respeito.
Camponeses, poceiros e combatentes mostram, através de seus depoimentos, as vivências sofridas, os sentimentos de indignação e pensamentos sobre a justiça que compõem as lembranças dos fatos. Tomados como terroristas, bandidos, inimigos da pátria, muitos guardam sequelas físicas e psicológicas irreparáveis. Massacres, torturas, assassinatos covardes, sequestros, mutilações, abusos dos mais variados tipos, corpos desaparecidos... fazem parte dos “crimes de guerra” que, na verdade constituem violações as leis da humanidade, portanto imprescritíveis, seguem ainda impunes.
Leonardo Sampaio – Psicanalista, membro do Cine Molotov
Às margens do Rio Araguaia, este episódio contou com a efetiva participação dos membros do partido comunista do Brasil, que optou – diante da forte repressão ocorrida nas cidades – por privilegiar como tática a principal guerrilha brasileira no campo. Contando inicialmente com 70 guerrilheiros, conquistaram uma abrangência territorial de sete mil quilômetros quadrados e chegando a formar três destacamentos.
O povo da floresta solidarizou-se com os guerrilheiros. Mas não se tratava de uma solidariedade revolucionária nem evitou o aniquilamento da guerrilha. O Exército, a Aeronáutica e as polícias federal e estaduais, ajudados pelos capangas das multinacionais e dos latifundiários, “aprenderam” a lutar.
Para combater a Guerrilha do Araguaia, o exército fez três campanhas, entre abril de 1972 e janeiro de 1973, empregando certa de dez mil homens. O número de soldados, o pesado armamento envolvido e a duração do conflito levaram muitos a pensar que se tratava de uma guerra civil no Pará.
As tropas federais não pouparam sequer os índios. Os suruís tiveram a sua aldeia “desmontada” e cortada por uma estrada para tráfego dos veículos militares; muitos deles foram forçados a servir de “guias” na selva.
Apesar dos grandes esforços de resgate da memória daquela época, ainda existem muitas questões que permanecem desconhecidas por boa parte da população. Nós do Cine Molotov tratamos de contribuir neste sentido, trazendo ao público o vídeo-documentário Araguaia: campo sagrado, filme do realizador Evandro Medeiros que aborda a perspectiva de pessoas simples que presenciaram a repressão e nos proporcionam pelo menos uma ideia deste obscurecido passado para que possamos refletir criticamente a respeito.
Camponeses, poceiros e combatentes mostram, através de seus depoimentos, as vivências sofridas, os sentimentos de indignação e pensamentos sobre a justiça que compõem as lembranças dos fatos. Tomados como terroristas, bandidos, inimigos da pátria, muitos guardam sequelas físicas e psicológicas irreparáveis. Massacres, torturas, assassinatos covardes, sequestros, mutilações, abusos dos mais variados tipos, corpos desaparecidos... fazem parte dos “crimes de guerra” que, na verdade constituem violações as leis da humanidade, portanto imprescritíveis, seguem ainda impunes.
Leonardo Sampaio – Psicanalista, membro do Cine Molotov
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
sábado, 5 de setembro de 2015
Resenha sobre o filme SUBVERSIVOS ANÔNIMOS por Leo Sampaio
Os tempos sombrios
ainda ecoam ultrapassando os limites do bom senso e irrompendo pelo discurso de
ódio proclamado por considerável parcela da sociedade que aclamam a volta da
violenta intervenção militar. Tal pensamento deturpado pode derivar da
ignorância, do medo, do fundamentalismo, do oportunismo. Seja o que for - COVARDES NÃO PASSARÃO!
As marcas estão aí na
sociedade em geral, basta observar... e nós do Cine Molotov seguimos em mais
uma sessão promovendo reflexões dentro dos pressupostos de memória, justiça e
verdade para manter acesa a chama da esperança.
O recorte pretendido no filme de Antônio Pedrosa Jr.,
Subversivos Anônimos, busca resgatar a história de militantes dos movimentos
populares que foram punidos pelos regimes ditatoriais brasileiros. O autor nos
traz depoimentos daqueles que participaram
militando contra a ditadura nos movimentos sociais, nas associações populares
da cidade de Bauru (SP), que sofreram perseguições, prisões e tortura. Uma
cidade do interior paulistano, que era ponto de referência pelas lutas da classe
trabalhadora e pela formação de novas lideranças populares, contava com a União
dos Ferroviários da estrada de ferro sorocabana.
Quando veio o golpe de 64, o primeiro movimento foi
tirar de circulação as lideranças que poderiam conspirar ou fazer alguma
oposição aos golpistas. A classe operária/ferroviária era a mais atuante e mais
organizada naquele momento, sendo alvo certo para repressão paranoica do regime
militar.
O próprio autor em depoimento faz um relato da
repercussão da morte do jornalista Vladimir Herzog nos porões do DOI CODE, cuja
simulação mal feita de suicídio chocou a sociedade civil, que passou a se
mobilizar, ficando mais atenta ao que se passava e clamando por anistia dos presos políticos e pela volta
dos exilados.
São histórias de pessoas corajosas, histórias
complexas, histórias de lutas, homens valorosos como pouco se vê nos dias de
hoje, abnegados pela liberdade, pela democracia. Dos bravos que resistiam, que
ousaram lutar, mesmo em considerável desvantagem, contra forças armadas,
autoritárias e arbitrárias que se instalavam perigosamente.
Subversivos destemidos, sonhadores, se articulavam
diante dos dispositivos militares.
Ousavam enfrentar o governo estabelecido em
nome das utopias. Subversivos são os contrários a ordem estabelecida,
libertários, revolucionários. Destroem conceitos, quebram paradigmas. Sujeitos
moldados para se opor a opressão do sistema. Espíritos transgressores diante do
autoritarismo mascarado sob a aparente legalidade constitucional. Subversivos
que sangraram nas masmorras ditatoriais em busca de liberdade.
Nas teses sobre a Filosofia da História, Walter
Benjamin fala do quadro de um anjo (Angelus
Novus) cujo olhar parece afastar-se daquilo que está olhando fixamente. “Os
seus olhos estão escancarados, a boca está aberta, as asas desfraldadas. Tal é
o aspecto que necessariamente deve ter o anjo da história. O seu rosto está
voltado para o passado. Onde ali para nós parece haver uma cadeia de
acontecimentos, ele vê apenas uma única e só catástrofe, que não para de
amontoar ruínas sobre ruínas e as lança sobre seus pés.
Ele queria ficar,
despertar os mortos e reunir os vencidos. Mas do Paraíso sopra uma tempestade
que se apodera das suas asas, e é tão forte que o anjo não é capaz de voltar a fechá-las.
Esta tempestade impele-o incessantemente para o futuro ao qual volta as costas,
enquanto diante dele e até ao céu se acumulam ruínas. O que chamamos de
progresso é esta tempestade.
Leo Sampaio – Psicanalista, membro do Cine Molotov
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Como parte da Amazônia Oriental, rica em recursos naturais e marcada por conflitos sociais diversos, a região do Araguaia, no sudeste do Pará, na época da ditadura militar, foi palco de um episódio histórico até hoje pouco revelado em suas circunstâncias: a Guerrilha do Araguaia.
Pelas proporções de violações de direitos que tal episódio envolve, eis que surge este documentário a partir de narrativas de camponeses que testemunharam a ação de combate entre o exercito brasileiro e os "guerrilheiros", constituído por militantes políticos contrários ao regime ditatorial.
Registra-se a violência ocorrida, de modo a sensibilizar a sociedade paraense sobre a história da região. São muitas as consequências desse período na vida da população local. Muitos ainda sofrem perturbações psicológicas. Por muito tempo, houve um silêncio entre os camponeses, mas hoje as coisas já estão começando a mudar.
O longa traz depoimentos de camponeses, ex-mateiros e ex-soldados que viveram a Guerrilha do Araguaia, grupo armado de resistência à ditadura militar instalado no Pará na década de 1970. A iniciativa é do Grupo Tortura Nunca Mais-SP.
Escondidos por muito tempo, os detalhes da revolução só começaram a aparecer cerca de vinte anos após sua extinção pelas Forças.
Pelas proporções de violações de direitos que tal episódio envolve, eis que surge este documentário a partir de narrativas de camponeses que testemunharam a ação de combate entre o exercito brasileiro e os "guerrilheiros", constituído por militantes políticos contrários ao regime ditatorial.
Registra-se a violência ocorrida, de modo a sensibilizar a sociedade paraense sobre a história da região. São muitas as consequências desse período na vida da população local. Muitos ainda sofrem perturbações psicológicas. Por muito tempo, houve um silêncio entre os camponeses, mas hoje as coisas já estão começando a mudar.
O longa traz depoimentos de camponeses, ex-mateiros e ex-soldados que viveram a Guerrilha do Araguaia, grupo armado de resistência à ditadura militar instalado no Pará na década de 1970. A iniciativa é do Grupo Tortura Nunca Mais-SP.
Escondidos por muito tempo, os detalhes da revolução só começaram a aparecer cerca de vinte anos após sua extinção pelas Forças.
Serviço:
Cine Molotov exibe ARAGUAIA: CAMPO SAGRADO
De Evandro Costa de Medeiros, documentário, 2011, 53'25", Marabá/PA
Debate com Marcos Venícios do Coletivo Aparecidos Políticos
Dia 10 de Setembro de 2015 [quinta-feira]
Às 18h30 na sede do Aparelho da Associação 64/68 Anistia
Rua Instituto do Ceará, 164, Benfica, Fortaleza/Ce
Informações: 85 3223.6468
Aberto ao Público
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